ARTIGO CIENTÍFICO
Resíduos de peixe do
Mercado de Ferro, Complexo do Ver-o-Peso, Belém, Pará
Waste in the Fish Iron Market, Ver-o-Peso Complex, Belém, Pará
Desechos de pescado del Mercado del
Hierro, Complejo
Ver-o-Peso, Belém, Pará
Evelyn Rafaelle de
Oliveira Souza1, Bruno Pedroso da Silva2, Otávio do Canto3, Altem Nascimento
Pontes4
1Mestre
em Ecologia Aquática e Pesca. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará, Belém, Pará, +559198359-3561, evelynrafaelle@yahoo.com.br; 2Graduado em Biomedicina, Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Belém, Pará, b.brunob@hotmail.com; 3Doutor
em Desenvolvimento Rural, Professor Titular da Universidade Federal do Pará,
Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos
Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia do Núcleo de Meio Ambiente, Belém,
Pará, docanto@ufpa.br; 4Doutor
em Ciências Físicas, Professor e Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará, altempontes@hotmail.com.
Recebido: 20/06/2019; Aprovado: 02/09/2019
Resumo: O Complexo do Ver-o-Peso localiza-se na cidade de Belém, Pará,
considerado a maior feira livre da América Latina, nele está incluso o Mercado
de Ferro, responsável por comercialização de pescados, realizando filetagem e
outros tipos de cortes que geram resíduos. O objetivo deste trabalho foi
realizar um levantamento da geração e destinação dos resíduos de peixes gerados
no Mercado de Ferro cidade de Belém, Pará. A coleta de dados foi realizada nos
anos de 2015 e 2018, com informações referentes aos resíduos de peixes por meio
de formulários aos vendedores do interior do mercado; além de separação e
pesagens dos resíduos de peixe em tipo 1 a pele; tipo
2 a carcaça e tipo 3, outros, que engloba nadadeiras, escamas, brânquias, e
grude. No ano de 2018 obteve-se 1.845,65 kg de resíduos de peixes em um único
dia, sedo a carcaça de peixe, a categoria de resíduo mais recorrente. As demais
categorias apresentaram-se baixas e não foram encontrados intestinos, pois os
peixes costumam ser eviscerados ainda na embarcação. A maioria dos comerciantes
produzem 50 kg ou mais de resíduos diariamente por boxe, sendo a maior parte
desses resíduos com destino ao aterro sanitário. A maioria dos comerciantes
apresentaram conhecimentos referentes ao uso de resíduos de peixes para a
produção de adubo, ração e para a alimentação humana. No Mercado de Ferro do
Complexo do Ver-o-Peso, os resíduos mais frequentes são a carcaça, e a
quantificação desses resíduos atinge um total superior a uma tonelada e meia
por dia.
Palavras-chave: Pesca; Desperdício; Destinação.
Abstract: Ver-o-Peso Complex is
located in the city of Belém, Pará,
and is considered the largest free market in Latin America. The Fish Iron
Market is part of this complex, and is where fish is marketed, filleting is processed,
and other types of cuts occur, which generate waste. The aim of this study was
to conduct a survey on the generation and disposal of fish waste generated in
the Fish Iron Market of Ver-o-Peso Complex. Data were
collected in 2015 and 2018, and information on fish waste was obtained by
applying forms with market vendors. Additionally, fish waste was sorted and
weighed, and divided in type 1 (skin), type 2 (carcass),
and type 3 (others), the latter encompassing other types of waste. In 2018,
1,845.65 kg of fish waste was generated in one single day, and fish carcass was
the most recurring waste category. The other categories were low and were not
found in the intestines, as fish is usually eviscerated while still on board
the vessel. Most merchants produce 50 kg or more of waste per box daily, and
most of this waste is disposed in landfills. The majority of merchants who
produced the waste from which the sample was collected were familiar with the
use of fish waste in the production of fertilizers, animal feed, and human
food. The most frequent waste item in the Fish Iron Market of Ver-o-Peso Complex is carcass, and the quantification of
this waste reaches a total value higher than one ton per day.
Key words: Fishing; Waste; Destination.
Resumen: El Complejo Ver-o-Peso está ubicado en la ciudad de
Belém, Pará, considerada la feria libre más grande de América Latina e incluye
el Mercado del Hierro, responsable de comercializar pescado, hacer fileteado y
otros tipos de cortes que generan desperdicio El objetivo de este trabajo fue
realizar una encuesta sobre la generación y eliminación de desechos de pescado
generados en la Ciudad del Mercado de Hierro de Belém, Pará. La recolección de
datos se realizó en 2015 y 2018, con información sobre desechos de pescado a
través de formularios para vendedores dentro del mercado; además de clasificar
y pesar los desechos de pescado en pieles tipo 1; escriba 2 la carcasa y
escriba 3, que incluye aletas, escamas, branquias y pegamento. En 2018, se
obtuvieron 1,845.65 kg de desechos de pescado en un solo día de la carcasa de
pescado, la categoría de desechos más recurrentes. Las otras categorías eran
bajas y no se encontraron intestinos, porque los peces generalmente se
evisceran mientras aún están en el vaso. La mayoría de los comerciantes
producen 50 kilogramos o más de desechos al día por caja, la mayoría de los
cuales van al vertedero. La mayoría de los comerciantes presentaron
conocimientos sobre el uso de desechos de pescado para la producción de
estiércol, piensos y para consumo humano. En el mercado de hierro del complejo
Ver-o-Peso, los residuos más frecuentes son los cadáveres, y la cuantificación
de estos residuos totaliza más de una tonelada y media por día.
Palabras
clave: Pesca; Desperdício; Destino,
INTRODUÇÃO
A nível global são gerados cerca de 1,3 bilhão
de toneladas de resíduos sólidos por ano, com estimativas de aumento para 2,2
bilhões de toneladas até 2025, sendo que os países de baixa renda apresentarão
as taxas que mais aumentarão nos próximos anos (HOORNWEG et al., 2012). De
acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO), 171 milhões de toneladas de pescados foram produzidos a nível mundial no
ano de 2016, incluindo pesca extrativa e aquicultura (FAO, 2018). Desse total,
35% das capturas foram desperdiçadas, e um quarto das perdas
consistem em devoluções dos peixes mortos ao ambiente aquático, pelo
fato de estarem abaixo do tamanho comercial ou fazerem parte da fauna
acompanhante.
No
Brasil, existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305,
de 2 de agosto de 2010, que apresenta como um de seus
princípios: “O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de
cidadania” (BRASIL, 2010). O Art. 9 da PNRS afirma que a prioridade é a não
geração de resíduos, porém, caso haja geração de resíduos a ordem de
prioridades na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos será: redução,
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
Estima-se
que o estado do Pará possui 40% da produção de pescado desperdiçada, por falta
de infraestrutura nos locais de captura e recepção, ocorrendo desperdício
também durante o beneficiamento e comercialização do pescado (BRASIL, 2014).
Segundo Silva et al. (2013), o estado do Pará foi o
segundo maior produtor de pescado no ano de 2010, estando atrás de Santa
Catarina, sendo ambos responsáveis por grande parte do aumento da produção
pesqueira do Brasil.
Na
cidade de Belém, existe o Complexo do Ver-o-Peso, considerado a maior feira
livre da América Latina (CRUZ et al., 2015). O
Complexo inclui duas feiras (Feira do Açaí e Feira do Ver-o-Peso); uma doca de
embarcações (Doca do Ver-o-Peso, popularmente conhecida como “pedra”); dois
mercados: Mercado de Ferro (ou de Peixe) e Mercado Francisco Bolonha (ou de
Carne); duas praças (Praça do Pescador e Praça do Relógio) e o Solar da Beira
(IPHAN, 2018).
O
Complexo do Ver-o-Peso é administrado conjuntamente pela Secretaria Municipal
de Meio Ambiente (SEMMA); Secretaria Municipal de Saúde (SESMA); Secretaria
Municipal de Urbanismo (SEURB) e Secretaria Municipal de Economia (SECON) (SOUSA
et al., 2017). O porto público do Complexo do
Ver-o-Peso é considerado um dos principais locais de desembarque pesqueiro da
Amazônia, com estimativa de desembarque médio diário em torno de 27 toneladas,
entre os anos de 1993 a 1997 (BARTHEM, 2004).
O
Mercado de Peixe, como é popularmente conhecido, foi inaugurado em 1901,
consolidando-se como ponto de venda de produtos alimentícios da Amazônia, e foi
tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em
1977 (CRUZ et al., 2015). Os trabalhadores dos boxes
do Mercado de Peixe do Ver-o-Peso são comumente chamados de “peixeiros”, e
estes costumam comprar o pescado no próprio complexo, denominado “pedra do
Ver-o-Peso” (OLIVEIRA NETO et al., 2016).
A
atividade de processamento de pescados é grande geradora de resíduos e
efluentes, ocorrendo em maior quantidade em indústrias, porém, os mercados de
comercialização de pescados também realizam filetagem e outros tipos de cortes
que geram resíduos, além de lavagem dos peixes, utensílios e instalações,
produzindo uma quantidade considerável de efluentes. (LEITE et
al., 2016; GUIMARÃES et al., 2018). Os resíduos orgânicos de origem biológica tornam-se
fontes poluentes durante o processo de decomposição, com desenvolvimento de
micro-organismos causadores de doenças (ALMEIDA et al.,
2013).
O
objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da geração e destinação
dos resíduos de peixes gerados no Mercado de Ferro do Ver-o-Peso, na cidade de
Belém, Pará.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização da área de estudo
A
cidade de Belém está localizada ao nordeste do estado do Pará, sob as
coordenadas geográficas 01° 27′ 20″ Latitude Sul e 48° 30′ 15″ Longitude Oeste
(BELÉM, 2012). Belém é banhada pelo rio Guamá e pela baia de Guajará, e está
distribuída em oito distritos administrativos, que englobam 71 bairros e 39
ilhas em uma área de 1.059,458 km² (BELÉM, 2018a; IBGE, 2018).
Belém
apresenta a economia baseada principalmente nas atividades de comércio e
serviços e uma população estimada em 1.452.275 habitantes, para o ano de 2017 (BELÉM,
2018a; IBGE, 2018). Apresenta clima quente e úmido com precipitação média anual
de 2.834 mm; a temperatura média é de 25 ºC a 26 ºC, localizada na zona
climática Afi (classificação de Köppen)
(BELÉM, 2012). A cidade de Belém possui 35 feiras e 20 mercados de onde são
recolhidos 140 toneladas de lixo diariamente, com predominância de matéria
orgânica (BELÉM, 2018b). A prefeitura do município realiza coleta de lixo
diariamente, lavagem geral mensal das instalações dos mercados e controle de
roedores, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento (SESAN) na capital e
distritos (BELÉM, 2018b).
O
Mercado de Ferro, localizado no Complexo do Ver-o-Peso, na cidade de Belém,
conforme indica a Figura 1, apresenta-se dividido em 60 boxes de
comercialização de peixes, com aproximadamente 9,4 m2 cada, sendo
separados por divisórias de alvenaria (ALVES et al.,
2017).
Coleta de dados
A
coleta de dados foi realizada em dois momentos, em outubro e novembro de 2015 e
em julho de 2018, sendo os dias escolhidos inteiramente ao acaso, os dados
coletados consistiram em informações referentes aos resíduos de peixes por meio
de formulários aos vendedores do interior do Mercado de Ferro; separação e
pesagens dos resíduos de peixe gerados no interior do mercado, com o objetivo
de quantificar os resíduos, identificando o tipo mais recorrente.
Entre
os anos 2010 e 2015, o Mercado de Peixe do Ver-o-Peso passou por intervenções
devido às obras de restauração e conservação, pois o Mercado é um edifício
histórico, e as mudanças ocorridas após a reforma consistiram principalmente em
recuperação e/ou substituição de seus elementos estruturais, a fim de conservar
as características arquitetônicas do Mercado (CRUZ, 2015). As pesquisas foram
realizadas logo após a reforma (2015) e três anos após a reforma, no ano de
2018.
Figura 1.
Mapa de localização do Mercado de Ferro do Complexo do Ver-o-Peso na cidade de
Belém Pará
Os
formulários foram aplicados em todos os boxes, exceto para os vendedores
ausentes ou que não consentiram em participar, todos assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido. Os formulários apresentaram perguntas
referentes ao tipo de processamento que realizavam no pescado, espécies mais
comercializadas, espécies que mais geram resíduos, tipos de resíduos e
subprodutos. Foram feitas observações diretas, entrevistas e registro
fotográfico para obtenção de informações adicionais. Para a identificação dos
boxes, os formulários foram aplicados utilizando como identificação as
numerações presentes em cada boxe do mercado, pois os 60 boxes apresentam
numerações individuais.
O
mercado é dividido em dois corredores, cada um formado
por 30 boxes, cada corredor apresenta um container para despejo dos
resíduos, de onde foram coletados, separados e pesados. No ano de 2015 as
pesagens foram realizadas em um único container e em 2018 em dois containers. A pesquisa consistiu em realizar
o acompanhamento do início ao fim de um dia de trabalho para contabilizar a
produção de resíduos, consistindo em separação e pesagem dos resíduos de peixes
por tipo.
Primeiramente,
os resíduos de peixes foram separados por tipo por meio da observação visual:
Tipo 1: pele; tipo 2: Carcaça (cabeça + espinhaço) e
tipo 3: outros (nadadeiras, peixes inteiros impróprios para a comercialização,
bexiga natatória – grude, brânquias e escamas) e pesados separadamente em
quilogramas. Dependendo da espécie de peixe, o grude apresenta alto valor
comercial e de exportação para países asiáticos e europeus.
Foram
realizadas três pesagens dos resíduos de peixes, duas em 2015 (dois quadrantes)
e uma em 2018 (quatro quadrantes). Para as pesagens, foi utilizada uma balança
digital disponível no Mercado de Peixe do Ver-o-Peso, com capacidade para 200
quilogramas, onde os resíduos foram pesados em uma caixa vazada tipo monobloco
a qual pesava 2,0 kg (em 2015) e 1,9 kg (em 2018). Os dados quantitativos e
qualitativos foram organizados em planilhas do programa computacional Microsoft
Office Excel, sendo utilizada a estatística descritiva para a análise dos
dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao
realizar a soma de todos os resíduos de peixes pesados em um dia de vendas no
Mercado de Ferro no ano de 2018, independentemente da categoria, obteve-se
1.845,65 kg (Figura 2), porém, se o valor obtido no Mercado de Ferro em Belém,
fosse estimado para um mês, ultrapassaria o valor calculado para os dois
principais mercados da cidade de Santos, em São Paulo, caracterizado por Leite et al. (2016), que identificaram uma quantidade aproximada
de 20 toneladas de resíduos de pescados descartados por mês nos dois centros de
comercialização. Os resultados das pesagens realizados no Mercado do Ver-o-Peso
demonstram a grande geração de resíduos em um único mercado de venda de peixes,
sem incluir outros mercados e feiras livres na cidade de Belém, Pará.
Figura 2. Pesagens
de resíduos de peixes no Mercado do Ver-o-Peso, Belém, Pará
Para
os anos de 2015 e 2018, a carcaça apresentou o maior valor, representando 68%
para o ano de 2015 e 67,3% para o ano de 2018 (Figura 2). Considerando que a
carcaça é o resíduo oriundo da filetagem, Lopes et al.
(2016) afirmaram haver uma preferência por parte da população brasileira no
consumo de filés, sobressaindo o filé fresco, quando comparado ao filé
congelado.
As
encomendas de filés de peixes para restaurantes locais também contribuem para o
aumento do volume de carcaças presentes no Mercado, sendo que a quantidade de
resíduos coletada poderá ser estimada para períodos mensais ou anuais, sendo
possível, a partir de dados reais, conhecer os resíduos de pescados gerados,
sua real destinação, propor melhorias para destinação
de resíduos, além de estimar a quantidade média de pescado comercializada em
determinado ponto de vendas.
A
considerável quantidade de carcaças de peixes pode sugerir uma preferência por
consumo de pescado filetado na cidade de Belém. De acordo com Costa e Souza
(2012), há uma exigência do cliente para retirar todas as partes não
utilizáveis no momento da compra, essas práticas também ocorrem no mercado da
cidade de Belém, onde satisfazer a vontade do cliente, pode garantir o seu
retorno ao mesmo vendedor, diferentemente de Greggio et al. (2018), onde, nem todos os balcões do Mercado de peixes,
da cidade italiana Rimini, fornecem este tipo de serviço.
As
demais categorias (pele e outros) apresentaram-se baixas, entre 12,4% e 19,6%,
em ambos os anos (Figura 2). A categoria “outros” engloba nadadeiras, escamas,
brânquias, e grude, que geralmente são retirados no momento
de comercialização do pescado inteiro ou processado. São poucos os
pescados que chegam ao mercado com o grude, devido a sua importância comercial,
principalmente das espécies pescada amarela, Cynoscion acoupa (Lacepède,
1802) e gurijuba, Sciades parkeri Traill, 1832 que apresentam o grude de maior valor
comercial, com o preço do quilo do grude seco mais elevado quando comparado ao
quilo da carne do pescado (MATOS; LUCENA, 2006; PALHETA; SILVA, 2011).
Também
não foram encontrados intestinos, pois os peixes costumam ser eviscerados ainda
na embarcação, logo após a captura para inibir processos enzimáticos e
microbiológicos. Eviscerar os peixes a bordo e descartar as vísceras no mar é
uma prática comum, sendo que a água do descongelamento do gelo que conserva o
pescado na embarcação, contendo resíduos e sangue do pescado, podem ser
contaminantes devido à quantidade de matéria orgânica presentes nos efluentes
despejados no ambiente aquático (ARCHER et al., 2001;
ALBERT et al., 2014). Ainda, de acordo com Albert et
al. (2014), em pequenas e médias embarcações da pesca artesanal, os porões de
armazenamento de pescado são lavados, descarregando entre 570 e 680 L de
efluentes por dia. Baseado nisso, os despejos de resíduos e efluentes ocorre
desde o momento da captura, não se restringindo aos mercados, feiras e
indústrias, durante o processamento e/ou comercialização.
Assim
como existe um período em que as vendas de peixes aumentam no estado do Pará, a
exemplo da Semana Santa, com popular tradição no consumo de carne de pescado,
havendo um decreto estadual que proíbe a exportação de peixe fresco e resfriado
para outros Estados, também há um período do ano em que as vendas de peixes
diminuem (ADEPARÁ, 2017). Greggio et
al. (2018) estimaram haver uma produção média mensal de 1,34 toneladas de
resíduos de peixes em uma região italiana, oriundas de mercados de
comercialização de peixes, com exceção do mês de agosto, quando a pesca para
temporariamente. A estimativa foi baseada em dados da Secretaria do Mercado de
Peixes da cidade, escolhida por ser bastante representativa em processamento de
peixes, além de aplicação de questionários aos fornecedores, sendo os dados,
extrapolados para os demais mercados regionais.
De
acordo com os comerciantes de peixes, um dos meses em que os resíduos foram
pesados, julho de 2018, correspondeu a um período de menor fluxo de
comercialização de pescado, pois, apesar de ser um dos dias da semana de maior
venda de filés para os restaurantes, é também o mês de férias escolares, período no qual há uma migração da população para os municípios do
interior do Estado, e o consumo de peixes consequentemente aumenta nos
municípios de veraneio e diminui na cidade de Belém.
Para
os anos de 2015 e 2018, 46,4% e 41,2% dos comerciantes de peixes do Mercado do
Ver-o-Peso afirmaram, respectivamente, que os peixes
filetados são os maiores geradores de resíduos, pois, na maioria das vezes,
metade do pescado é desperdiçada durante o processamento (Figura 3). De acordo
com Fraslin et al. (2018),
trabalhos adicionais vêm sendo realizados com o intuito de aumentar o
rendimento de filés de peixes.
Figura 3.
Tipos de pescados que mais geram resíduos no Mercado do Ver-o-Peso, Belém, Pará
Dos
comerciantes, 12,5% e 23,5% acreditam que os peixes de escamas são geradores de
resíduos, porque além do volume que essas escamas representam, apresentam a
pele mais espessa quando comparado aos peixes sem escamas (Figura 3). De acordo
com Costa e Souza (2012), os peixes com escamas apresentam um processamento
mais demorado, sendo retiradas as aparas, descamados, cortados e lavados.
Para
os anos de 2015 e 2018, 5,4% e 5,9% dos comerciantes, respectivamente,
afirmaram que os peixes maiores geram mais resíduos, devido ao fato de que a
região anterior do corpo é bem maior, havendo mais perdas. Os dados corroboram
com Vandeputte et al. (2017)
ao afirmarem que o tamanho da cabeça tem efeitos opostos nos rendimentos de
carcaça e de filé. Dos comerciantes, 8,9% (2015) e 2,9% (2018) responderam que
os peixes pequenos geram mais resíduos, pois, geralmente, apresentam um menor
prazo de prateleira, deteriorando-se mais rapidamente, sendo denominados
popularmente de “peixes fracos”. Costa e Souza (2012) identificaram em suas
pesquisas o curto prazo que um peixe apresenta ao ficar exposto, pois caso não
seja vendido, dura menos de dois dias, e após esse período, realiza-se o
descarte.
Em
relação ao percentual, 12,5% e 26,5%, em 2015 e 2018, acreditam não haver
diferenças na geração de resíduos em função do tipo de processamento ou
características do pescado. Em 2015, 55,3% e em 2018, 32,4% dos vendedores de
pescado afirmaram que produzem até 50 kg de resíduos por dia em seus boxes;
seguido de 17,9% (2015) e 17,6% (2018) que informaram produzir entre 50 a 100
kg de resíduos; 17,9% (2015) e 23,5% (2018) produzem entre 100 e 200 kg; 7,1%
(2015) e 5,9% (2018) produzem acima de 200 kg por dia; 1,8% (2015) 20,6% (2018)
não souberam responder (Figura 4).
Scherhaufer et al. (2018)
relataram os impactos do desperdício de alimentos, incluindo os peixes brancos,
confirmando que os alimentos de origem animal se caracterizam como os maiores
geradores de impactos. Os autores consideraram desperdício como qualquer parte
comestível ou não comestível de alimentos removidos da cadeia de fornecimento e
enviados para tratamento e deposição de resíduos, desconsiderando as doações ou
destinação para alimentação animal.
Figura 4. Resíduos
gerados por boxe (kg) estimados pelos comerciantes de peixe do Ver-o-Peso,
Belém, Pará
Nos
anos de 2015 e 2018, 67,9% e 44,1%, respectivamente, responderam que os
resíduos são despejados no lixo, com destino ao aterro sanitário, sendo
transportados durante a coleta de lixo urbano, corroborando com Leite et al. (2016) ao afirmarem que 100% dos resíduos de dois
centros de comercialização de pescado de São Paulo são destinados ao aterro
sanitário da cidade. Abdel-Shafy e Mansour (2018) enfatizaram que os locais de descarte de
resíduos sólidos urbanos mais utilizados, por serem mais baratos, são os
aterros sanitários (Figura 5).
Entre
os anos de 2015 e 2018, ocorria uma transição, pois o lixo doméstico ainda era
despejado em lixão a céu aberto, conhecido como Lixão do Aurá,
no município de Ananindeua, Pará, e posteriormente foi construído um aterro
sanitário no município de Marituba, Pará, ambos na Região Metropolitana de
Belém.
Para
os anos de 2015 e 2018, 21,4% e 35,3% dos comerciantes afirmaram que o destino
dos resíduos é o descarte no lixo e doação. Para o primeiro ano, a doação
consistia em pessoas que pediam cabeças de peixes para utilizarem na própria
alimentação. No segundo ano, as doações foram feitas para uma indústria de
reciclagem de resíduos de origem animal, para elaboração de farinha de peixe.
Apesar da grande quantidade de resíduos gerados, não se observou no local,
despejo inadequado, nas ruas ou no ambiente aquático que margeia o Complexo do
Ver-o-Peso, sendo os resíduos de peixes descartados em containers (Figura 5). Wang et al. (2018)
acreditam que a presença de qualquer local de deposição organizada de lixo
incentiva fortemente o comportamento de descarte adequado.
Figura 5.
Destino dos resíduos de pescado do Mercado de Ferro do Complexo do Ver-o-Peso,
Belém, Pará
No
ano de 2015, 8,9% dos comerciantes de peixe do Ver-o-Peso, responderam vender e
descartar os resíduos, e 1,8% vendiam, doavam e descartavam
os resíduos no lixo, como destino final. Geralmente, as doações e
comercializações de resíduos, consistem em cabeças e carcaças de peixes,
oriundos do processo de filetagem, apresentando uma significativa quantidade de
resíduo cárneo. Alguns comerciantes expõem as cabeças de peixes nos balcões de
vendas, sendo bastante utilizadas no preparo de caldos de peixe. Para o ano de
2018, 20,6% dos entrevistados afirmaram doar os resíduos (Figura 5).
Foram
constatadas diferenças no destino dos resíduos do ano de 2015 para 2018, sendo
que no primeiro ano a maior parte dos resíduos era destinada ao aterro
sanitário. No ano de 2018, grande parte dos resíduos foi reaproveitada para
produção de farinha de peixe, porém, isso é realizado por uma única empresa
privada, que ainda não consegue transportar os resíduos em sua totalidade.
Em
ambos os anos (2015 e 2018), de acordo com os comerciantes, o tipo de resíduo
de pescado mais comum de ser encontrado nos boxes de comercialização de peixes
foi a carcaça (32,1% em 2015 e 50% em 2018), contudo,
a separação por tipo e pesagem dos resíduos, realizadas no local, também o
comprovaram. A segunda categoria mais recorrente no ano de 2015 (28,6%) foi
“pele e outros”¸ a segunda categoria mais recorrente para o ano de 2018 (32,4%)
foi a categoria “outros”. As demais categorias
mantiveram-se entre 2,9% e 16,1%, sendo que no ano de 2015, 1,8% dos
entrevistados responderam não haver diferença na composição dos resíduos
(categoria “todos”), de acordo com a Figura 6.
Figura 6.
Tipos de resíduos de pescado mais encontrados no Mercado de Ferro do Complexo
do Ver-o-Peso, Belém, Pará
Diferentemente
de Costa e Souza (2012), ao relatarem que metade dos
entrevistados não conheciam o valor comercial dos resíduos, nesta
pesquisa, os entrevistados, de forma geral, conheciam mais de uma possibilidade
de aproveitamento de resíduos de peixes, como mostra a Figura 7.
Em
ambos os anos, 2015 e 2018, 66,1% e 79,4% dos comerciantes entrevistados
apresentaram conhecimentos referentes ao uso de resíduos de peixes para a
produção de adubo, ração e para a alimentação humana. Nnali
e Oke (2013) utilizaram no solo, antes da lavoura, biofertilizante oriundo do pescado com a água de irrigação,
para reduzir moscas e odor desagradável. Dou et al.
(2018) acreditam que a utilização dos resíduos de alimentos para a alimentação
animal é uma solução viável que aborda a gestão de resíduos, segurança alimentar,
conservação de recursos e prevenção da poluição. Amaral et
al. (2017) descreveram técnicas artesanais de beneficiamento do Hypophthalmus edentatus Spix, 1829, o “mapará”, para o
aproveitamento dos resíduos, elaborando filés marinados, empanados, hambúrguer,
almôndega, defumados, embutidos, bolinho, nuggets,
patê, apresuntado e biscoito.
Quando
os comerciantes se reportaram sobre alimentação humana, se referiram
principalmente a caldos de peixe com as carcaças, existem muitas alternativas
de produtos viáveis a serem elaborados a partir desses resíduos, porém, Wong et al. (2016) relataram a atual problemática da contaminação
de peixes por metais pesados, especialmente os peixes de ambientes naturais,
quando comparados com os oriundos da piscicultura. Os autores enfatizam o risco
de existir contaminação em rações para peixes, devido à farinha e ao óleo de
peixes contaminados, que são os principais ingredientes de ração para
organismos aquáticos da aquicultura, geralmente produzidos com resíduos de
peixes, isso demonstra que os resíduos devem ser seguros ao consumo humano e
animal, reforçando a importância da segurança alimentar.
Figura 7.
Produtos que poderiam ser gerados com os de resíduos de pescado, no Mercado de
Ferro do Complexo do Ver-o-Peso, Belém, Pará
Os
demais comerciantes, para os anos de 2015 (23,2%) e 2018 (5,9%), acreditavam
que os resíduos poderiam ser utilizados para fins artesanais, curtimento do
couro, comercialização do grude e também se mostraram conhecedores da
possibilidade de se produzir biocombustível com os resíduos (Figura 7). Costa
et al. (2016) realizaram cursos de capacitação em artesanato com escamas de
peixe em uma comunidade de pescadores no estado de Pernambuco, com o objetivo
de contribuir com a melhoria da renda familiar, com o fortalecimento da cadeia
produtiva da pesca artesanal e com a preservação do meio ambiente. Na Figura 7,
em 2015 (10,7%) e em 2018 (14,7%) dos comerciantes de peixes não souberam
responder ou não apresentavam conhecimentos referentes a esta temática,
acreditando não poder ter outra destinação, se não, o descarte total dos
resíduos de peixes.
Partindo
do princípio de que a estatística pesqueira se encontra em defasagem no Brasil,
os dados coletados nos mercados, feiras e supermercados poderiam contribuir
parcialmente com estimativas pesqueiras, sugerindo-se outros estudos nos demais
mercados e feiras livres do Brasil, com coleta, pesagem e separação dos
resíduos.
CONCLUSÕES
No
Mercado de Ferro do Complexo do Ver-o-Peso, os resíduos mais frequentes são
carcaças oriundas da filetagem, sendo a atividade de processamento mais
realizada, havendo uma preferência por parte da população. A quantificação
desses resíduos atinge um total superior a uma tonelada e meia por dia. A destinação dos resíduos de peixes oriunda do mercado
consiste principalmente em descarte e doação, sendo que o descarte é realizado
no mesmo ambiente do lixo doméstico, o aterro sanitário.
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