O papel das adipocitocinas leptina e adiponectina no desenvolvimento da obesidade

Autores

  • Nayane do Santos Brito Silva Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP
  • Camila Ferreira Bannwart Castro Centro Universitátio Sudoeste Paulista - UniFSP Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

DOI:

https://doi.org/10.18378/rebes.v9i3.6525

Palavras-chave:

Obesidade, Leptina e Adiponectina

Resumo

Devido as crescentes taxas de obesidade e sobrepeso na população, foram realizados estudos, os quais descobriram e identificaram diversas substâncias, denominadas adipocitocinas, secretadas pelos adipócitos, atribuindo ao tecido adiposo a função de órgão endócrino.  As adipocitocinas desempenham um importante papel na homeostasia do balanço energético, sensibilidade a insulina, repostas imunológicas e doenças cardiovasculares. A leptina é uma proteína com 167 aminoácidos, e é predominantemente produzida pelo tecido adiposo branco e, em relação proporcional direta a massa corporal desse tecido, este hormônio desempenha uma função muito importante na regulação da ingestão alimentar e no gasto energético. Seu efeito se dá através da sua ligação com receptores específicos (ObRa, ObRb, ObRc, ObRd, ObRe, ObRf) encontrados no núcleo arqueado do hipotálamo, ativando ou inibindo neurotransmissores orexigenos, que aumentam, ou anorexígenos, que diminuem a ingestão alimentar, controlando assim a ingestão de alimentos, a fome/saciedade e o peso corporal. Diferentemente da leptina, quando ocorre um aumento das células adiposas, há uma diminuição na produção da adiponectina, mesmo sendo este um hormônio produzido predominantemente por esse tecido, suas principais funções estão relacionadas com a diminuição dos níveis séricos de glicose e redução da resistência insulínica, a sua ação se dá através da sua ligação com os receptores AdipoR1, expresso principalmente no músculo esquéletico e AdipoR2, expresso principalmente no fígado. Diante disso, esse trabalho visou descrever o papel da leptina e da adiponectina sobre o balanço energético e a ação insulínica no organismo.

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Biografia do Autor

Nayane do Santos Brito Silva, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Mestranda pelo programa de Patologia no laboratório de genética molecular e bioinformática da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Camila Ferreira Bannwart Castro, Centro Universitátio Sudoeste Paulista - UniFSP Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Docente da Faculdade Sudoeste Paulista dos cursos de Biomedicina, Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia e Medicina Veterinária. Possui pós-doutorado pela Faculdade de Medicina da UNESP de Botucatu. Doutora em Biologia Geral e Aplicada pelo Instituto de Biociências da Unesp- Botucatu- área de concentração: Biologia Celular, Estrutural e Funcional, com doutorado-sanduíche desenvolvido na Universidad de León, Espanha (2009). Mestre em Doenças Tropicais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2006). Possui bacharelado em Ciência Bilógicas com iniciação científica (2004) e treinamento técnico (2005) no Departamento de Microbiologia e Imunologia da Unesp, Botucatu. Possui experiência na área de Imunologia, especialmente em monócitos, vias de sinalização de células imunológicas como NF-kappa B, bem como, pré-eclâmpsia, doenças infecciosas e parasitárias, paracoccidiodomicose e silimarina.

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Publicado

2019-01-01

Como Citar

Silva, N. do S. B., & Castro, C. F. B. (2019). O papel das adipocitocinas leptina e adiponectina no desenvolvimento da obesidade. Revista Brasileira De Educação E Saúde, 9(3), 70–76. https://doi.org/10.18378/rebes.v9i3.6525

Edição

Seção

Artigos