ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO DA ENFERMAGEM

Autores

  • Felipe Gonçalves Bezerra UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)
  • Wallace Pires Alves UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)
  • Marineide de Souza Lopes UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)

Palavras-chave:

Assédio, Ambiente de trabalho, Enfermagem.

Resumo

INTRODUÇÃO

 

O fenômeno assédio moral se constitui tão antigo quanto às próprias relações de trabalho. Todavia, percebe-se que a violência nesse ambiente assume contornos cada vez mais perversos e sutis. Conforme (ANDRADE; ASSIS, 2018, p. 2), tal fenômeno emerge devido ao próprio sistema empregatício atual. Tendo em vista que a evolução das relações de trabalho e a globalização tem tornado cada vez mais competitivo e desumano o ambiente laboral.

O assédio moral é identificado como um comportamento abusivo, de natureza psicológica, de modo repetitivo e prolongado, expondo o assediado a humilhações e constrangimentos capazes de provocar ofensa a personalidade, a dignidade ou a integridade psíquica com o objetivo de excluir o assediado do ambiente de trabalho, bem como prejudicar o exercício das suas funções (VASCONCELOS, 2015, p. 822).

Diante disso, estas más condutas prolongadas e hostis são deletérias a saúde das vítimas assediadas, causando-lhes transtornos psicopatológicos, psicossomáticos e comportamentais, que se manifestam com: angústia, depressão, estresse, crise de choro, mal estar físico e mental, cansaço exagerado, dores generalizadas, distúrbios digestivos, tremores, irritação constante, palpitações, insônia, sonolência excessiva, emagrecimento exagerado, ruptura das amizades, apatia, pensamento ou tentativa de suicídio, aumento do consumo de bebidas alcoólicas e drogas (LIMA; SOUSA, 2015, p. 818).

 

OBJETIVOS

Avaliar assédio moral no ambiente de trabalho da enfermagem.

METODOLOGIA

A metodologia adotada consistiu em uma revisão de literatura informativa. As informações foram obtidas numa seleção de 11 artigos, referindo-se ao respectivo tema, mas apenas 6 dos 11 artigos, foram utilizados para a construção do estudo. O instrumento utilizado para coleta de dados incluiu a utilização de consulta na base de dados do Google acadêmico, Scielo, Bireme e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) de forma gratuita por meio das palavras-chave: assédio, ambiente de trabalho, enfermagem. O Critério de elegibilidade incluiu artigos registrados entre 2010 a 2018 no idioma português.

RESULTADOS

A prática do assédio moral no contexto da enfermagem, geralmente atrela-se ao abuso de poder, tendo em vista que as relações profissionais de enfermagem se dão por meio de hierarquia entre superior e subordinado levando-o ao sofrimento moral que afeta o corpo físico, mental e as relações de trabalho reduzindo consequentemente a qualidade da assistência prestada aos pacientes (MENDONÇA, 2012, p. 43).

Segundo (MARTINS; 2012, p. 32), esse tipo de violência moral para o ambiente de trabalho gera clima de desarmonia, medo, inveja, rivalidade tanto entre os superiores e os subordinados, como entre os subordinados entre si afetando as relações humanas. Estudos revelam que a prática do assédio moral é comum em diversos campos de atuação da enfermagem e está presente também em várias categorias profissionais de saúde (ANTUNES, 2017, p. 670).

Nesse sentido (LIMA; SOUSA, 2015, p. 818), diz que o trabalho está direcionado no domínio de poder, e na submissão do trabalhador que está sob o comando do empregador, levando a relações desigual de poder que podem resultar em violência no trabalho (MARTINS; 2012, p. 32), define violência no trabalho como um comportamento ou ação negativa numa relação entre duas ou mais pessoas, identificada por agressividade, que pode ocorrer repetidamente, ou de forma inesperada, resultando em situações na qual os trabalhadores são intimidados, ameaçados, agredidos ou sujeitos a palavras ofensivas em relação ao seu trabalho.

CONCLUSÕES

Em resumo, esse estudo caracterizou o assédio moral vivenciado pelos profissionais de enfermagem, na qual, se dá pelo meio da hierarquia entre superiores e os subordinados, levando-o ao sofrimento moral que afeta tanto o corpo como a mente, em meio às relações de trabalho.

Referências

ANDRADE, Cristiane Batista e ASSIS, Simone Gonçalves. Assédio moral no trabalho, gênero, raça e poder: revisão de literatura. Rev. bras. Saúdeocupa, vol.43. Epub 23-Jul-2018.

ANTUNES, José. Assédio moral no trabalho: Revendo a evidência. Psic., Saúde & Doenças, vol.18, n.3, pp.669-680, 2017.

LIMA, Gustavo Henrique Alves e SOUSA, Santana de Maria Alves de. Violência psicológica no trabalho da enfermagem. Rev. Bras. Enferm, vol.68, n.5, pp.817-823, 2015.

MARTINS, A. F. Precarização e violência no trabalho: um olhar sobre as relações de trabalho em instituições públicas de saúde do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. 102 fls. Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2012.

MENDONÇA, G. M. Assédio moral no trabalho: o contexto contemporâneo, as mudanças no trabalho no trabalho e o reconhecimento recusado. Dissertação de Mestrado. 94 fls. Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2012.

VASCONCELOS, Yumara Lúcia. Assédio moral nos ambientes corporativos. Cad. EBAPE.BR, vol.13, n.4, pp.821-851, 2015.

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Publicado

2020-02-19

Como Citar

Bezerra, F. G., Alves, W. P., & Lopes, M. de S. (2020). ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO DA ENFERMAGEM. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(3). Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/6795