A correlação entre abelhas e as plantas da caatinga no semiárido brasileiro

Autores

  • Jefferson Gismont Correia Andrade Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Paolla Ketylly Silva Leite Secretaria de Agricultura do Municipio de São Jose dos Cordeiros - Paraiba - Brasil
  • Rossino Ramos de Almeida Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • José Pereira da Silva Filho Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Maria Michele Venâncio
  • Rosilene Agra da Silva Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Maria Fátima David Dantas Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Geovergue Rodrigues de Medeiros INSA - Instituto Nacional do Semiarido
  • Tereza Cristina David Dantas da Silva Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Aline Carla de Medeiros GVAA - Grupo Verde de Agroecologia e Abelhas https://orcid.org/0000-0002-0161-3541
  • Patricio Borges Maracaja Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB

Palavras-chave:

abelhas nativas, Bioma caatinga, nordeste brasileiro

Resumo

A relação entre abelhas e as plantas da Caatinga é um exemplo clássico de mutualismo na natureza. Essa interdependência é fundamental para a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio ecológico desse bioma tão peculiar. A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, é caracterizada por um clima semiárido, com longos períodos de seca e chuvas irregulares. A vegetação, adaptada a essas condições extremas, desenvolveu mecanismos para atrair polinizadores, como as abelhas. Estas desempenham um papel crucial na polinização das plantas da Caatinga. Ao visitar as flores em busca de néctar e pólen, elas transportam o pólen de uma flor para outra, permitindo a fecundação e a produção de sementes. Essa atividade é essencial para a reprodução de muitas espécies de plantas nativas, garantindo a perpetuação da flora local. As abelhas nativas da Caatinga, como a jandaíra canudo, jatai, melado, Cupira, uruçu entre outras, desenvolveram adaptações para sobreviver em um ambiente árido. As plantas da Caatinga, por sua vez, desenvolveram flores com cores vibrantes, néctar abundante e aromas intensos para atrair as abelhas. A polinização contribui para a manutenção da diversidade genética das plantas, aumentando a capacidade de adaptação das espécies às mudanças ambientais. A presença de abelhas pode acelerar o processo de recuperação de áreas degradadas, pois elas contribuem para a polinização de espécies nativas.. O mel produzido pelas abelhas nativas da Caatinga possui propriedades medicinais e nutricionais, sendo um produto de alto valor agregado. A destruição da vegetação nativa reduz a disponibilidade de recursos para as abelhas e diminui a diversidade de plantas polinizadas. As queimadas destroem o habitat das abelhas e eliminam as flores que servem de alimento. O uso indiscriminado de agrotóxicos pode intoxicar as abelhas e reduzir a população de polinizadores. As mudanças climáticas podem alterar os padrões de chuva e temperatura, afetando a floração das plantas e a atividade das abelhas. A proteção da relação entre abelhas e plantas da Caatinga é fundamental para a conservação desse bioma. A educação ambiental é fundamental para conscientizar a população sobre a importância das abelhas e da polinização.  O investimento em pesquisas sobre a biologia das abelhas nativas e suas interações com as plantas da Caatinga é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de conservação. A relação entre abelhas e plantas da Caatinga é um exemplo de como a natureza funciona de forma harmoniosa. A proteção dessa relação é fundamental para garantir a saúde do nosso planeta e o bem-estar das futuras gerações.

Biografia do Autor

Aline Carla de Medeiros, GVAA - Grupo Verde de Agroecologia e Abelhas

Possui Licenciatura Plena em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA/UNAVIDA, concluído em 2008; Curso de Especialização e Educação Ambiental pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP), concluído no ano de 2011; Mestrado em Sistemas Agroindustriais, pela Universidade Federal de Campina Grande-UFCG/Pombal-PB, concluído em 2014, é Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos pela UFCG- Campina Grande/PB. Atua como pesquisadora junto ao CCTA/UFCG/GVAA- Grupo Verde de Agroecologia e Abelha-Pombal-PB (sob orientação dos professores: Prof. D. Sc. Patrício Borges Maracajá e a Prof. D. Sc. Líbia de Sousa Conrado Oliveira). 

Referências

Pereira, D. S., Freitas, C. I. A., Freitas, M. O., Maracajá, P. B., da Silva, J. B. A., da Silva, R. A., & da Silveira, D. C. (2015). Histórico e principais usos da própolis apícola. ACSA – Agropecuária Científica no Semi-Árido, V. 11, n. 2, p. 01-21, abr – jun , 2015

Pereira, D. S., Menezes, P. R., Belchior Filho, V., Sousa, A. D., & Maracajá, P. B. (2011). Abelhas indígenas criadas no Rio Grande do Norte. Acta Veterinaria Brasilica, 5(1), 81-91.

Maia, A. G., de Medeiros, A. C., Mata, M. E. R. M. C., Soares, K. O., Neto, F. D. C. B., Marques, A. T., ... & Maracaja, P. B. (2023). Técnicas de controle de forídeo: o estado da arte. Caderno Pedagógico, 20(9), 3807-3821.

de Gouveia Mendes, C., da Silva, J. B. A., de Mesquita, L. X., & Maracajá, P. B. (2009). As análises de mel: revisão. Revista Caatinga, 22(2).

Aroucha, E. M. M., de Oliveira, A. J. F., Nunes, G. H. S., Maracajá, P. B., & Santos, M. C. A. (2008). Qualidade Do Mel De Abelha Produzidos Pelos Incubados Da Iagram E Comercializado No Municipio De Mossoró/Rn. Revista Caatinga, 21(1).

de Assis Junior, E. M., dos Santos Fernandes, I. M., Santos, C. S., de Mesquita, L. X., Pereira, R. A., Maracaja, P. B., & Soto-Blanco, B. (2011). Toxicity of castor bean (Ricinus communis) pollen to honeybees. Agriculture, ecosystems & environment, 141(1-2), 221-223.

Pereira, D. S., da Silva Paiva, C., Barbosa, G. R., Maracajá, P. B., & de Lima, C. J. (2013). Produção de rainhas, Apis mellifera L., e taxa de fecundação natural em quatro municípios do nordeste brasileiro. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 8(2), 3.

de Holanda-Neto, J. P., PAIVA, C. D. S., de Melo, S. B., de Paiva, A. C. C., Maracajá, P. B., da Silva, A. F., & Pereira, D. S. (2015). Comportamento de abandono de abelhas africanizadas em apiários durante a entressafra, na região do Alto Oeste Potiguar, Brasil. ACSA – Agropecuária Científica no Semiárido, v.11, n 2, p 72-85, abr –jun , 2015

SILVEIRA, D. C. D., MARACAJÁ, P. B., SILVA, R. A. D., SOUSA, R. M., & SOTO-BLANCO, B. (2015). Variações diurna e sazonal da defensividade das abelhas africanizadas (Apis mellifera L.). Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, 16, 925-934.

Dantas, M. C. D. A. M., de Luna Batista, J., Dantas, P. A. M., Dantas, I. M., Dias, V. H. P., de Andrade Filho, F. C., ... & Maracajá, P. B. (2020). Abelha sem ferrão e seu potencial socioeconômico nos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Research, Society and Development, 9(10), e3309107939-e3309107939.

de Medeiros, P. V. Q., Pereira, D. S., Maracajá, P. B., & Sakamoto, S. M. (2011). Produção de abelhas rainha Apis mellifera spp., africanizadas, no semi árido cearense, Brasil. Revista verde de agroecologia e desenvolvimento sustentável, 6(5), 47.

da Rocha Neto, J. T., Leite, D. T., Maracajá, P. B., Pereira Filho, R. R., & Silva, D. S. O. (2011). Toxicidade de flores de Jatropha gossypiifolia L. à abelha africanizada em condições controladas. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 6(2), 16.

Downloads

Publicado

2024-09-13

Como Citar

Andrade, J. G. C., Leite, P. K. S., Almeida, R. R. de, Silva Filho, J. P. da, Venâncio, M. M., Silva, R. A. da, Dantas, M. F. D., Medeiros, G. R. de, Silva, T. C. D. D. da, Medeiros, A. C. de, & Maracaja, P. B. (2024). A correlação entre abelhas e as plantas da caatinga no semiárido brasileiro. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 13(2), 33–33. Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/10947

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 > >> 

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.