A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA GESTAÇÃO E OS IMPACTOS NA SAÚDE MATERNO-INFANTIL

Autores

  • José Cândido da Silva Nóbrega Universidade Federal de Campina Grande
  • Deyse Janiele Bernardo Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Beatriz Azevedo de Almeida Santos Faculdade Pernambucana de Saúde
  • Auzenir de Oliveira Abrantes Monteiro Universidade Federal de Campina Grande
  • Kelly Bezerra de Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Annelyse Esequiel de Lucena Neves Universidade Federal de Campina Grande
  • Francisca Daiana Estrela Silva Universidade Federal de Campina Grande
  • Aline Cristina Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Violência doméstica, Gravidez, Impactos na saúde materno infantil.

Resumo

A gestação configura-se como um evento marcante na vida da mulher, caracterizado como um período de intensas transformações, incluindo expectativas, tensões, desejos, idealizações e um misto de sentimentos ao lidar com a maternidade e as adaptações sobre a definição de novos de papéis perante a família e sociedade (PIO; CAPEL, 2015).

Dito isto, devido as modificações inerentes à gravidez, sejam elas fisiológicas, psicológicas ou até mesmo possíveis implicações nesse ciclo, a mulher necessita de uma atenção e cuidado reforçado dos familiares, requerendo um ambiente confortável e tranquilo para o desenvolvimento saudável do binômio mãe-bebê (COUTINHO et al., 2014).

Entretanto, essa não é a realidade vivenciada por grande parte das mulheres, evidenciados através do crescente número de atos de maus tratos e violência doméstica praticados contra mulheres grávidas. Em um estudo desenvolvido por Okada et al., (2015) com 142 participantes, 36,9% afirmaram terem sofrido algum tipo de violência durante a vida e 34,6% afirmaram terem sido vítimas de violência durante a gravidez.

Dentro dessa perspectiva, a violência é um fenômeno multifacetado, sendo considerado um problema de saúde pública, uma vez que são elevados os riscos de morbimortalidade materna e neonatal no país, evidenciando a importância de uma atenção dobrada aos impactos decorrentes da violência doméstica na gravidez e seus fatores de risco ao desenvolvimento materno-infantil (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1996).

Desse modo, o presente estudo objetiva debater sobre o fenômeno da violência doméstica, compreendendo seu conceito e como esta prática implica na saúde do binômio mãe-bebê, ressaltando os principais os impactos decorrentes desses atos no desenvolvimento mental, físico e social.

Para tal, tratar-se-á de uma pesquisa bibliográfica, buscando estudos que discutam o referido tema e possam contribuir para alcançar os objetivos propostos. Sendo assim, as pesquisas foram realizadas nas bases de dados da Scienific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e o Google Acadêmico, através dos seguintes descritores: Violência doméstica, Gravidez, Saúde materno infantil, buscando selecionar àqueles que encaixassem nos critérios de inclusão, tais quais, estudos na sua íntegra e produzidos entre os períodos de 2010 a 2018. Após a seleção dos estudos, foi realizada uma leitura crítica-reflexiva, a fim de separar os assuntos de maior relevância à temática.

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Publicado

2019-02-24

Como Citar

Nóbrega, J. C. da S. ., Oliveira, D. J. B. ., Santos, B. A. de A. ., Monteiro, A. de O. A. ., Oliveira, K. B. de ., Neves, A. E. de L. ., Silva, F. D. E. ., & Silva, A. C. . (2019). A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA GESTAÇÃO E OS IMPACTOS NA SAÚDE MATERNO-INFANTIL. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(3). Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/9203

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