A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E SEUS EFEITOS SOBRE A SAÚDE MENTAL

Autores

  • Annelyse Esequiel de Lucena Neves Universidade Federal de Campina Grande
  • José Cândido da Silva Nóbrega Universidade Federal de Campina Grande
  • Deyse Janiele Bernardo Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Beatriz Azevedo de Almeida Santos Faculdade Pernambucana de Saúde
  • Auzenir de Oliveira Abrantes Monteiro Universidade Federal de Campina Grande
  • Aline Cristina Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Francisca Daiana Estrela Silva Universidade Federal de Campina Grande

Palavras-chave:

Violência contra a mulher, Violência doméstica, Saúde mental, Transtorno mental comum.

Resumo

A violência contra a mulher se constitui como um fenômeno complexo, multifatorial e além de ser considerado um problema social, cultural, de segurança, é também encarado de saúde pública em nosso país, uma vez que possui elevada prevalência e afeta a saúde e o modo de viver das mulheres (LUCENA et al., 2017).

Sendo assim, a violência é conceituada, segundo a Organização Mundial da Saúde (2005) como todo ato ou ação, que venha a gerar danos físicos, psicológicos e/ou sofrimentos à mulher. Guimarães e Pedroza (2015) salientam que a violência pode ser compreendida a partir de fatores sociais, culturais, históricos e subjetivos, entretanto ao considerar sua complexidade e sua construção multifatorial, não deve ser limitado a nenhum deles.

Ainda, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2013) cerca de 30,0% das mulheres no mundo já haviam sofrido algum tipo de violência praticado por seus parceiros. Desse modo, a violência pode manifestar-se de múltiplas formas, sendo as mais comuns, a violência física, psicológica, sexual e moral, predominantemente praticados no âmbito familiar.

Dito isto, os impactos decorrentes da violência são inúmeros, variando desde agravos físicos e danos severos à saúde mental das mulheres, como também casos de mortes. Nesse sentido, quando a violência não leva a vítima a óbito, resulta em sérias consequências na vida psicológica da mulher, sendo comum observar o surgimento de transtornos mentais comuns.

Os transtornos mentais comuns, segundo Goldberg e Huxley (1992) são caracterizados como sintomas não psicóticos que emergem nos indivíduos decorrentes de vivências consideradas estressoras e que acabam por interferir diretamente nas atividades do cotidiano.

Nesse sentido, o objetivo desse estudo é analisar a prevalência de transtornos mentais comuns em mulheres vítimas de violência, visando compreender os riscos e as consequências na saúde mental das mesmas.   

Para tal, utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, buscando selecionar estudos que abordassem a temática em questão e agregassem para o alcance dos objetivos do presente trabalho. A busca foi realizada a partir das bases de dados de dados da Scienific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico, através dos descritores: Violência contra a mulher, Saúde mental, Transtorno mental comum, através dos seguintes critérios de inclusão: Estudos completos produzidos nos períodos de 2010 a 2018. Após a seleção dos estudos, realizou-se um resumo a fim de destacar os que mais se relacionavam com o tema.

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Publicado

2019-02-23

Como Citar

Neves, A. E. de L. ., Nóbrega, J. C. da S. ., Oliveira, D. J. B. ., Santos, B. A. de A. ., Monteiro, A. de O. A. ., Silva, A. C. ., & Silva, F. D. E. . (2019). A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E SEUS EFEITOS SOBRE A SAÚDE MENTAL. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(3). Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/9201

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