REFLEXOS DA VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Autores

  • Beatriz Azevedo de Almeida Santos Faculdade Pernambucana de Saúde
  • Auzenir de Oliveira Abrantes Monteiro Universidade Federal de Campina Grande
  • Deyse Janiele Bernardo Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • José Cândido da Silva Nóbrega Universidade Federal de Campina Grande
  • Aline Cristina Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Francisca Daiana Estrela Silva Universidade Federal de Campina Grande
  • Kelly Bezerra de Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Violência intrafamiliar, Violência doméstica, Desenvolvimento infantil, Proteção à criança.

Resumo

Considerando que todo e qualquer ser humano desenvolve atitudes, condutas e comportamentos baseados na sua relação com as várias instâncias que o cerca, o meio familiar é um importante elemento contributivo no desenvolvimento infantil, uma vez que é no seio familiar que são constituídas as primeiras referências da criança, e onde, iniciam o processos como socialização, construção da identidade e formação de valores (REIS; PRATA; PARRA, 2018). 

A influência que o âmbito familiar exerce sobre o desenvolvimento da criança é inegável, e quando esse contexto é permeado por eventos de violência as consequências são ainda mais severas, podendo ser evidenciadas através de problemas que afetarão diversas esferas da vida da criança, como prejuízos a saúde e nas relações familiares e sociais (BATISTA et al., 2013).

A violência intrafamiliar ou doméstica se constitui para além de atos de agressão física, sendo compreendido como um fenômeno mais complexo do que pensamos, com variadas consequências de sofrimento físico, psíquico e emocional, que afetarão com intensidades e maneiras distintas cada sujeito (OLIVEIRA et al., 2015).

Nesse sentido, a criança desenvolverá de forma subjetiva, sinais que retratam a violência sofrida no seio familiar e as consequências geradas por esse evento poderão apresentar-se de diferentes formas, como no surgimento de psicopatologias, atrasos no processo de ensino-aprendizagem, dificuldades nas relações sociais e afetivas, transtornos comportamentais e etc., refletidos através de comportamentos de baixa autoestima, agressividade, medo constante, retraimento, insegurança entre outros (REIS; PRATA; PARRA, 2018).  

Sendo assim, o presente estudo objetiva compreender a violência intrafamiliar e seus impactos no desenvolvimento da criança, buscando identificar as principais manifestações evidenciadas na literatura sobre a temática, visando o apontamento de medidas protetivas para a problemática em questão.

Para tal, o estudo se embasará na pesquisa bibliográfica, através da busca por materiais teóricos que contemplem responder aos objetivos propostos. Inicialmente, realizar-se-á uma pesquisa nas principais bases de dados, Scienific Eletronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico, através dos seguintes descritores: Violência doméstica, Violência intrafamiliar, Desenvolvimento infantil, Proteção à criança. Como critérios de inclusão foi adotado aqueles estudos desenvolvidos no período de anos entre 2010 a 2019 e que possuíssem relação com o tema abordado. Ademais, como critério de exclusão, encaixa-se todos os estudos produzidos antes do ano de 2010 e artigos que apresentassem em formato de resumo.

Referências

BATISTA, Janete Maria da Silva et al. O modelo bioecológico: desvendando contribuições para a práxis da enfermagem diante da violência doméstica. Escola Anna Nery, [S.L.], v. 17, n. 1, p. 173-178, mar. 2013. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1414-81452013000100024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço. Brasília, DF, 2001. (Cadernos de Atenção Básica, n. 8).

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n° 8.089, 13 de julho de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm> Acesso em: 15 jan. 2018.

BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DO BRASIL: promulgada em 05 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2012

BRINO, R. F.; SOUZA, M. A. O. Concepções sobre Violência Intrafamiliar na área
Educacional. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 41, n. 4, p. 1251-1273, out./dez. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2175-623653298

BRUCE, L. C., HEIMBERG, R. G., GOLDIN, P. R., & GROSS, J. J. Childhood Maltreatment and Response to Cognitive Behavioral Therapy Among Individuals with
Social Anxiety Disorder. Depression and anxiety, v. 30, n. 7, p. 1- 8, 2013. DOI:
10.1002/da.22112

DAVIS, A. S., MOSS, L. E., NOGIN, M. M., WEBB, N. E. Neuropsychology of Child
Maltreatment and Implications for School Psychologists. Psychology in the schools, v. 52, n.1, p. 77-91, 2015. DOI:10.1002/pits.21806

GAVA, L. L.; SILVA, D. G.; DELL'AGLIO, D. D. Sintomas e Quadros Psicopatológicos Identificados nas Perícias em Situações de Abuso Sexual Infanto-
Juvenil. Revista Psico, v. 44, n. 2, p. 235-244, 2013. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/11467/9642

JACKSON, A. M.; KISSOON, N.; GREENE, C. Aspects of Abuse: Recognizing and
Responding to Child Maltreatment. Current Problems Pediatric Adolescent Health
Care, v. 45, p. 58-70, 2015. DOI: 10.1016/j.cppeds.2015.02.001
LIMA, J. O. Violência doméstica: influência no desenvolvimento biopsicossocial e no
processo de aprendizagem de quem a sofre. Interletras, v. 3, n. 18, 2013.
Disponível em: < http://www.interletras.com.br/ed_anteriores/n19/artigos.php?edicao=18>

LIMA, Joana Azevêdo; ALBERTO, Maria de Fátima Pereira. Urgências psicológicas no cuidado às mães em casos de abuso sexual intrafamiliar. Estudos de Psicologia, [S.L.], v. 21, n. 3, p. 1-11, 2016. GN1 Genesis Network. http://dx.doi.org/10.5935/1678-4669.20160032.

LIRA, Samira Valentim Gama et al. Articulação entre o conselho tutelar e o setor saúde no enfrentamento à violência intrafamiliar. Trabalho, Educação e Saúde, [S.L.], v. 16, n. 2, p. 821-835, 16 abr. 2018. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00131.

MACHADO, J. C.; RODRIGUES, V. P.; VILELA, A. B. A.; SOMÕES, A. V.; MORAIS, R. L. G. L.; ROCHA, E. N. Violência intrafamiliar e as estratégias de atuação da equipe de Saúde da Família. Saúde e Sociedade, v.23, n.3, p.828-840, 2014. DOI 10.1590/S0104-12902014000300008

MOREIRA, Maria Ignez Costa; SOUSA, Sônia Margarida Gomes. Violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes: do espaço privado à cena pública. O Social em Questão, [s. l], v. 28, p. 13-26, 2012.

MOURA, J. P.; ALMEIDA, J. L. S.; ARAÚJO, J. P.; MENEZES, R. M. P.; CHAVES, A.
E. P. Implicações da Violência na Infância e Adolescência. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 12, n. 1, p. 513-524, 2014. DOI:
http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v12i1.1415

OLIVEIRA, Adriane Maria Netto de et al. Perception of healthcare professionals regarding primary interventions: preventing domestic violence. Texto & Contexto - Enfermagem, [S.L.], v. 24, n. 2, p. 424-431, jun. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072015000092014.

PATIAS, N. D.; BOSSI, T. J.; DELL'AGLIO, D. D. Repercussões da exposição à violência conjugalnas características emocionais dos filhos: revisão sistemática da literatura. Temas em Psicologia, v.22, n.4, p. 901-915, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.9788/TP2014.4-17

REIS, Deliane Martins; PRATA, Luana Cristina Gonçalves; PARRA, Cláudia Regina. O impacto da violência intrafamiliar no desenvolvimento psíquico infantil. Psicologia Pt, [s. l], p. 1-20, out. 2018.
SÁ, Jeferson de Souza; MARQUES, Andréa Grano. Violência intrafamiliar contra a criança e repercussões no contexto escolar. Enciclopédia Biosfera: Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 14, n. 26, p. 1-15, 2017.

SANTOS, A.C.; SANTOS, M. L. M.; NASCIMENTO, D. D. G. Violência Intrafamiliar:
caminhos para o enfrentamento na saúde pública. Saúde em Redes, v. 1 n. 2, p. 21 30, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.18310%2F2446-4813.2015v1n2p21-30

______. Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014. Altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm> Acesso em: 10 jan. 2018.

______. Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e o do Adolescente). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13431.htm> Acesso em: 10 jan. 2018.

Downloads

Publicado

2019-02-23

Como Citar

Santos, B. A. de A. ., Monteiro, A. de O. A. ., Oliveira, D. J. B. ., Nóbrega, J. C. da S. ., Silva, A. C. ., Silva, F. D. E. ., & Oliveira, K. B. de . (2019). REFLEXOS DA VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(3). Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/9198

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)