Transtorno Mental Comum em Estudantes de Medicina: PBL versus Tradicional

Autores

  • Alberone Ferreira Gondim Sales Universidade Estadual de Roraima / Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual de Roraima (UERR)
  • Iara Guilhermina Vasconcelos Universidade Estadual de Roraima / Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual de Roraima (UERR)
  • Yanka Costa Carvalho Universidade Estadual de Roraima / Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual de Roraima (UERR)
  • Loeste de Arruda Barbosa Universidade Estadual de Roraima / Professor Doutor da Universidade Estadual de Roraima (UERR)

DOI:

https://doi.org/10.18378/rebes.v10i4.8030

Palavras-chave:

Transtorno, Estudantes, Medicina, Mental, Metodologia,

Resumo

Transtorno Mental Comum (TMC), prevalente entre os estudantes de medicina, evidencia a existência de fatores correlacionados aos hábitos de vida e métodos de ensino. Objetivando analisar qualitativamente esses fatores associados à prevalência do TMC nesses acadêmicos, este estudo é descritivo e exploratório, de cunho comparativo, envolvendo as duas universidades de medicina da cidade de Boa Vista (Roraima), que possuem métodos de ensino distintos: aprendizagem baseada em problemas (ABP) e tradicional. Aplicou-se o Self-Reporting Questionnaire-20, em seguida selecionou-se apenas alunos que apresentavam TMC, mediante o questionário, para participar de entrevistas semiestruturadas, por meio da Saturação de Dados e Análise de Conteúdo. Participaram 114 estudantes,  52 da UERR e 62 da UFRR, dentre os quais foram selecionados 11 da UERR e 11 da UFRR para entrevista, e foram criadas 3 categorias. Constatou-se graus elevados de TMC, independente do método, no entanto, para os acadêmicos do ensino tradicional, preponderantemente pela carga horária curricular, limitando o autocuidado e a prática de hábitos saudáveis, enquanto que para os da ABP ressalta-se as dificuldades de gestão de tempo e a concentração das demandas acadêmicas em poucos dias de ensino. Não obstante, notou-se que as atividades extracurriculares foram determinadas como fator estressor para o método tradicional, e de alívio para o ABP. Faz-se necessário intervenções em relação à saúde mental dos discentes, para ampliar o controle emocional e a qualidade de vida, tão defasada nos profissionais médicos.

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Publicado

2020-11-14

Como Citar

Sales, A. F. G., Vasconcelos, I. G., Carvalho, Y. C., & Barbosa, L. de A. (2020). Transtorno Mental Comum em Estudantes de Medicina: PBL versus Tradicional. Revista Brasileira De Educação E Saúde, 10(4), 131–138. https://doi.org/10.18378/rebes.v10i4.8030

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