ANÁLISE QUÍMICA NO SISTEMA TRITRÓFICO Azteca-Cecropia-Chaetothyriales

Autores

  • Marcondes Andrade Dias Universidade Federal de Viçosa, Brasil.
  • Ricardo Ildefonso Campos Universidade Federal de Viçosa, Brasil.
  • Diogo Montes Vidal Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
  • Eraldo Lima Universidade Federal de Viçosa, Brasil.

Palavras-chave:

HIDROCARBONETOS CUTICULARES, SIMILARIDADE QUÍMICA, INTERAÇÃO INSETO-PLANTA.

Resumo

A comunicação por compostos químicos é crucial para a organização em insetos sociais. Apesar disso, o processo de transmissão e codificação desses compostos químicos tem-se revelado um grande desafio para ecólogos. Neste trabalho tivemos como objetivo investigar a similaridade dos compostos químicos de cutícula da formiga Azteca mulleri com seu fungo simbionte (Chaetothyriales) e sua planta mirmecófita hospedeira (Cecropia glaziovii) no intuito de entender se as duas principais fontes de alimento da formiga poderiam influenciar em sua composição cuticular. Além disso, ao compararmos o perfil cuticular de A. muelleri com sua parente próxima não simbionte de Cecropia (Azteca chartifex), testamos a importância da filogenia sobre a determinação desse perfil químico. Coletamos um total de 34 plantas com colônias de Azteca muelleri, 33 com corpúsculos mullerianos, 22 com fungo e 5 colônias de A. chartifex em três fragmentos de Mata Atlântica no município de Viçosa – Minas Gerais, Brasil. Para analisar os compostos de cutícula realizamos extrações com hexano através do método de padronização interna (Trans, trans-farnesol (C15H26O) eliminando picos que estivessem presentes em menos de 50% das amostras. Nossos resultados demonstraram uma similaridade relativamente alta entre o fungo Chaetothyriales e operárias de A. muelleri, bem como uma relação positiva de três alcenos presentes no fungo sobre os mesmos presentes nas formigas. Ao contrário, existe uma baixíssima similaridade química entre A. muelleri, A. chartifex, C. glaziovii. Esses resultados demonstram que o fungo Chaetothyriales, principalmente por via trófica, parece ter influência crucial na formação dos compostos cuticulares de A. muelleri. Dessa forma, nossos resultados parecem indicar que os hidrocarbonetos de cutícula em formigas são mais relacionados com o alimento ingerido do que outros aspectos ambientais ou filogenéticos. No entanto, são necessários mais estudos para melhor compreender a influência dos fatores ambientais em detrimento da filogenia para a formação dos hidrocarbonetos cuticulares em insetos.

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Publicado

2019-11-08

Como Citar

Dias, M. A., Campos, R. I., Vidal, D. M., & Lima, E. (2019). ANÁLISE QUÍMICA NO SISTEMA TRITRÓFICO Azteca-Cecropia-Chaetothyriales. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(5), p–31. Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/7441