Fração mínima de parcelamento: uma análise das implicações legais, sociais e ambientais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18378/rbfh.v14i2.11457

Palavras-chave:

Fragmentação inadequada do solo; Prejuízos; Estatuto da terra; Módulo rural; Lucros rápidos.

Resumo

Este estudo analisa as implicações legais, sociais e ambientais da venda de imóveis rurais em desacordo com a legislação, especialmente no concernente à fração mínima de parcelamento. Utilizando uma abordagem qualitativa e revisão bibliográfica de fontes secundárias, como artigos acadêmicos e legislações, busca compreender os impactos dessa prática na organização territorial rural, na produção agrícola e na preservação ambiental. Os resultados indicam que a fragmentação inadequada do solo traz prejuízos sociais e ambientais significativos, além de promover ocupações desordenadas e violar a função social da propriedade. A busca por lucros rápidos motiva muitas dessas vendas irregulares, envolvendo principalmente compradores de baixa renda e vendedores motivados por necessidade financeira. A insuficiência na fiscalização compromete a eficácia das normas legais, dificultando o controle dessas práticas. Conclui-se que a regularização fundiária é fundamental para garantir o desenvolvimento ordenado do território rural, promovendo maior segurança jurídica, proteção ambiental e uso sustentável da terra.

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Publicado

2025-06-13

Como Citar

Queiroz, L. V. B. de S., Lins, M. de S., Sena, V. H. C. de, Pinto, G. M. Q. V., & Abrantes, L. I. M. M. de. (2025). Fração mínima de parcelamento: uma análise das implicações legais, sociais e ambientais . Revista Brasileira De Filosofia E História, 14(2), 1002–1009. https://doi.org/10.18378/rbfh.v14i2.11457

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