Capital, precarização do trabalho docente e pandemia

Autores

  • Ivanyr Nayara Mascena Veras Universidade Federal de Campina Grande
  • Mateus Ferreira de Almeida Lima Universidade Federal de Campina Grande

Palavras-chave:

Adoecimento, Capital, COVID-19, Docentes

Resumo

O sistema capitalista é inerentemente precário, pois, o capital está sempre reestruturando os processos de exploração do trabalho. Isso levou à terceirização, informalidade, flexibilidade e intensificação do trabalho, que expôs a destrutividade motriz do capital sobre a força humana de trabalho, que incluem as universidades públicas e, consequentemente, os docentes. Neste viés, a presente pesquisa teve por objetivo principal investigar, por meio de ampla bibliografia, a precarização do trabalho docente do ensino superior público, visando evidenciar a acentuação do adoecimento mental dos docentes durante a pandemia de Sars-COV-2. Considerando o objetivo, utilizou-se a pesquisa explicativa com o intuito de estabelecer uma melhor relação com o tema. Ademais, o método materialista dialético e a abordagem qualitativa como escopo fundamental para análise da precarização do trabalho docente. Diante do método e da abordagem, a técnica de pesquisa adotada foi bibliográfica, cujas plataformas utilizadas foram SciELO, LILACS e PubMed, com os descritores “trabalho”, “precarização” e “saúde do(a) docente” com o operador booleano “AND”. Referente aos livros, buscaram-se autores de referência para o Serviço Social, como Ricardo Antunes, Graça Druck e Selligman-Silva. Com efeito, os resultados apontam para a necessidade de políticas públicas que valorizem o trabalho docente e garantam condições adequadas de trabalho, bem como para a importância de se investir em estratégias de prevenção e tratamento do adoecimento mental dos docentes.

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Publicado

2023-08-20

Como Citar

Mascena Veras, I. N., & Ferreira de Almeida Lima, M. (2023). Capital, precarização do trabalho docente e pandemia. Revista Brasileira De Filosofia E História, 12(3), 1404–1413. Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/RBFH/article/view/9968

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